quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Rites of Passage: Álgido e Belo Disco Direto de MG

Uma excelente capa com sinistros tons esverdeados apresentando uma soturna floresta logo nos chama a atenção para "The Days Were Like This". E que grata surpresa temos aqui!

Um Black Metal Atmosférico e extremamente gélido, com gratas influências de Doom Metal que permeiam o disco, e o mesmo se inicia com a canção "Life and Death", que traz uma produção e master bem condizente com a proposta do Rites of Passage. Com melodias tétricas e uma funesta atmosfera, logo somos imersos nos confins do existencialismo, e com a segunda faixa, homônima ao disco, percebemos que o bom gosto das melodias aqui apresentadas nos coloca diante de um opus de assimilação fácil aos que estão acostumados com o lado obscuro da música, trazendo belíssimas melodias, que junto com o vocal gutural agudo e médio do multi-instrumentista Limac, passa longe de ser cansativo como algumas bandas que se propõe miseravelmente a praticar o estilo, fato que obviamente aqui não se faz presente.

Viajando em mórbidos teclados e melodias bem elaboradas a audição de "The Days Were Like This" nos dá um ticket só de ida aos confins do que há de mais álgido em se tratando da obscura arte, com uma forte e maldita aura diabólica, facilmente o ouvindo chega sem se cansar até "Depression and Euphoria", que demonstra que o músico da cidade de Descoberto/MG não nos polpa de riffs e bases angustiantes, e apesar dos sons passarem dos cinco minutos, em média, as música vão se esvaindo como caem as folhas do outono. E a obra pode ser apreciada num todo, mantendo sempre o ouvinte ligado ao disco, que com temas pessoais, chafurda em canções tristes, abarrotadas de teclados e atmosferas etéreas.

O album apresenta, além da excelente supracitada capa, elaborada por Chris Nazza, uma música instigante aos ouvidos ávidos por Depressive Black Metal, e o estilo apresentado por Limac é uma coleção de hinos ao fúnebres. 

Uma audição fortemente indicada aos que gostam de música sombria, sem melodrama, mas com um genuíno acento frio, e como uma vela, se esvai rapidamente, deixando aquele excelente gosto de se querer mais. 

"The Days Were Like This" é encerrado com a excelente "Dark Passenger" e o disco, que por esse quem voz escreve, foi colocado para tocar várias vezes seguidas, não vou mentir,  não vai decepcionar nenhum apreciador do verdadeiro Depressive Black Metal.

Destaque total para a bela arte de capa, e para entre tantas boas canções, a faixa homônima ao disco, que inclusive saiu em formato físico em parceria com as gravadoras/selos NomadeRecords, BlackHeartsRecords e OldMetalRites.

Não há muito o que discorrer aqui, no sentindo positivo, é claro. Pegue o disco, escute e se deleite. Ótimo trabalho!




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