Bem, eu não deveria começar a resenha dessa maneira, mas...PUTA MERDA! O album da banda Vulthum em poucos segundos já consegue dar uma verdadeira aula do que é, e deve ser o Black Metal, na minha humilde opinião. Eu não recebi muitas informações para a resenha, infelizmente, e não há muito o que se buscar na internet, então não vou poder especificar de onde esses verdadeiros artesãos do Metal Negro são oriundos e brindar o leitor com informações mais específicas.
O opus começa com força fenomenal, trazendo influências do Black Metal escandinavo do começo da década de 90, e se eu estivesse participando de um "Blind Ear" da revista Roadie Crew, iria "chutar", com certeza, que esse trabalho foi registrado em meados de 1991 em algum estúdio da Noruega e jamais no ano de 2021. Não vou citar muitos detalhes sobre as faixas, porque apesar de todas apresentarem uma qualidade tremendamente elevada, possuem uma estruturação simples, com faixas diretas e que não cansam o ouvinte.
Realmente "Shadowvoid" é um trabalho que se você gosta de Black Metal, não se arrependerá de adquirir o play.
Mas já deixo claro que aqui não há nenhuma novidade, e nem é a pretensão da banda, que apesar de se intitularem (desnecessariamente) "Grim Cold Black Metal", praticam algo que fica mais correto chamar de "Raw" ou "Old School Black Metal", que a propósito deixaria mais claro ao ouvinte o estilo que se trata a banda. Pra mim é o único ponto negativo a ser destacado.
Os timbres dos instrumentos estão fenomenais, a produção está bem definida, e a "sujeira" aqui é colocada de maneira proposital, e foi feita com maestria, deixando tudo bem audível, parabéns ao responsável pela mixagem e masterização.
Os vocais de Samej soam muito bem, e estão encharcados em um reverb que confere um tom maravilhosamente sinistro para o seu timbre gutural médio, não tão agudo, nem tão grave, que casa perfeitamente com a obra.
O disco começa a mostrar outras facetas na faixa "Visions of a Frozen Dawn", e continua sensacional, com trabalhos de guitarra e baixo inspirados. Não me foi informado quem gravou a bateria, ou se a mesma é programada, mas seja quem (ou o quê) for, desempenhou um excelente serviço, as acentuações de chimbal e prato de condução nas "blast beats" e a variação de ritmos são soberbas.
Shamash (guitarras) e Thorngreen (guitarras e baixo) não deixam em segundo algum a peteca cair, mantendo o disco intenso e poderoso, e as linhas de guitarra de "Throne of the Fallen" são fantásticas, com o baixo sempre muito presente, conferindo o peso ideal a cada instante.
O disco segue gélido, e surpreende com o som "Horned Realms Rise", que é uma das canções dentre o Black Metal mais interessante que ouço há tempos. Melódica, tétrica e álgida.
O album se encerra com os hinos "Enter the Spectral Gates" e "A Cold Moon Over Grim Kingdoms", e apesar de eu não ter tido acesso às letras da banda, a dicção e pronúncia do vocalista Samej me deu uma ideia dos temas que a banda aborda, e não é atoa que conseguiram chamar a atenção da "Drakkar South American Division", os caras realmente sabem o que estão fazendo. A capa também nos remete a toda aquela imundice (no bom sentido) do Black Metal norueguês do começo dos anos 90 e traz os integrantes caracterizados imponentemente com suas "corpse paints", já explicitando de cara que o petardo não se trata de Black Metal para fadas dançarem, como algumas bandas da atualidade (quais não vou citar por respeito) se propõe a fazer.
Nota dez, um dos melhores discos de Black Metal Old School que ouço em tempos.
Mas como eu disse, não espere nada de novo, it's just Black fucking Metal! E precisa de mais?
ótima resenha
ResponderExcluirObrigado pelo apoio e prestígio!
Shammash
Com certeza será o Full length do ano.
ResponderExcluirParabéns aos envolvidos. Ótima resenha, Black Metal cru e com sentimento, coisa que não vemos atualmente. Agradeço ao irmão Shammash, através dele pude ser um dos primeiros a adiquir o material e autografado. Hail Vulthum
Thiago
Valeu, grande amigo Thiago!
ExcluirAguante BM sudamericano!